quinta-feira, 27 de junho de 2013

Analfabetismo Funcional no Espiritismo

Pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a ONG Ação Educativa, divulgou o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional de 2012. Os dados revelam que 38% dos alunos de instituições de ensino superior no Brasil são analfabetos funcionais.

A expressão toma o substantivo “analfabeto” como aquele indivíduo que não sabe ler e escrever. Associando-se o adjetivo “funcional”, constrói-se o entendimento de que o “analfabeto funcional” é a pessoa que consegue ler e escrever, porém não é capaz de compreender o que lê e escreve.
Ela decifra letras, sílabas e palavras, mas não consegue interpretá-los ou entender seus significados. Os conceitos apresentados no texto não são alcançados pelo leitor.
Ao importar a interessante expressão ao contexto espírita, cumpre-nos averiguar se também não estamos diante de outra triste realidade: uma crise de “analfabetismo funcional no Espiritismo”.
Aqui, não nos referimos à inteligência formal, pois o próprio Codificador alertou em O evangelho segundo o espiritismo, que para entender o Espiritismo não era necessária inteligência fora do comum.
É fato: observamos pessoas que não tiveram oportunidade de frequentar a escola e compreendem os princípios doutrinários com uma maturidade espiritual admirável.
Prova de que o Espiritismo é dirigido aos simples e aos mais exigentes em termos de conhecimentos, tornando-se acessível a todos, sem preconceitos ou exigências exteriores.
Importa compreender, por oportuno, que a falta de informação sobre os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, proveniente da ausência de estudo ou do senso de maturidade para compreendê-la, poderia se caracterizar pelo que denominamos de “analfabetismo funcional no Espiritismo”.
Essa situação ou estado advém, principalmente, do desconhecimento das obras básicas codificadas por Allan Kardec e também pelas interpretações apressadas e equivocadas dos ensinos dos Espíritos reveladores e da sábia organização kardequiana sobre a obra basilar espírita e suas subsidiárias.
Os males que esse estado peculiar de analfabetismo pode provocar são avassaladores, dentre os quais, destacam-se:
- desconhecimento dos princípios básicos do Espiritismo;
- interpretações equivocadas dos ensinos espíritas;
- confusão entre o que é e o que não é Doutrina Espírita;
- inclusão de práticas esdrúxulas na Casa espírita;
- publicação de livros e periódicos, ditos espíritas, com inserção de conteúdos alheios e contrários ao Espiritismo.
Como evitar o “analfabetismo funcional no Espiritismo”?
O estudo individual e em grupo é essencial para o exato entendimento da Mensagem de Jesus à luz da Doutrina Espírita.
A leitura e reflexão sobre os conteúdos da Codificação são indispensáveis à correta interpretação e prática do Espiritismo.
Ler, estudar e refletir – para bem pensar, sentir e viver os elevados ensinos da Terceira Revelação no Ocidente – são valiosos recursos de ampliação do entendimento espiritual e de conquista da plenitude na prática do Bem.

A definitiva implantação do Reino divino na Terra inicia-se no coração de cada um de nós pela inconfundível linguagem do Amor, bandeira sob a qual todos os povos estarão congregados no pleno exercício da solidariedade universal.

Geraldo Campetti Sobrinho é vice-presidente da Federação Espírita Brasileira desde março de 2012. É Coordenador da Comissão Editorial da FEB Editora e responsável pela Biblioteca de Obras Raras e Museu da Federação. Foi diretor da Instituição por mais de uma década. 

domingo, 23 de junho de 2013

CLAMOR SOCIAL: O CLÍMAX E A INDIFERENÇA DOS GOVERNANTES

 "Quando as injustiças sociais atingem o clímax e a indiferença dos governantes pelo povo que estorcega nas amarras das necessidades diárias, sob o açodar dos conflitos íntimos e do sofrimento que se generaliza, nas culturas democráticas, as massas correm às ruas e às praças das cidades para apresentar o seu clamor, para exigir respeito, para que sejam cumpridas as promessas eleitoreiras que lhe foram feitas...

Já não é mais possível amordaçar as pessoas, oprimindo-as e ameaçando-as com os instrumentos da agressividade policial e da indiferença pelas suas dores.

O ser humano da atualidade encontra-se inquieto em toda parte, recorrendo ao direito de ser respeitado e de ter ensejo de viver com o mínimo de dignidade.

Não há mais lugar na cultura moderna, para o absurdo de governos arbitrários, nem da aplicação dos recursos que são arrancados do povo para extravagâncias disfarçadas de necessárias, enquanto a educação, a saúde, o trabalho são escassos ou colocados em plano inferior.

A utilização de estatísticas falsas, adaptadas aos interesses dos administradores, não consegue aplacar a fome, iluminar a ignorância, auxiliar na libertação das doenças, ampliar o leque de trabalho digno em vez do assistencialismo que mascara os sofrimentos e abre espaço para o clamor que hoje explode no País e em diversas cidades do mundo.

É lamentável, porém, que pessoas inescrupulosas, arruaceiras, que vivem a soldo da anarquia e do desrespeito, aproveitem-se desses nobres movimentos e os transformem em festival de destruição.

Que, para esses inconsequentes, sejam aplicadas as corrigendas previstas pelas leis, mas que se preservem os direitos do cidadão para reclamar justiça e apoio nas suas reivindicações.

O povo, quando clama em sofrimento, não silencia sua voz, senão quando atendidas as suas justas reivindicações. Nesse sentido, cabe aos jovens, os cidadãos do futuro, a iniciativa de invectivar contra as infames condutas... porém, em ordem e em paz."


FONTE: Texto de autoria de Divaldo Franco publicado no Jornal A Tarde, 20/06/13, sobre as manifestações estudantis pelo Brasil. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

EM MATÉRIA AFETIVA

      Sempre é forçoso muito cuidado no trato com os problemas afetivos dos outros, porque muitas vezes os outros, nem de leve, pensam naquilo que possamos pensar.
      Os  Espíritos adultos sabem que, por enquanto, na Terra, ninguém pode, em sã consciência, traçar a fronteira entre normalidade e anormalidade, nas questões afetivas de sentido profundo.
      Os pregadores de moral rigorista, em assuntos de amor, raramente não caem nas situações que condenam.
      Toda pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a si própria.
      Respeite as ligações e as separações, entre as pessoas do seu mundo particular, sem estranheza ou censura, de vez que você não lhes conhece as razões e processos de origem.
      As suas necessidades de alma, na essência, são muito diversas das necessidades alheias.
      No que tange a sofrimentos do amor, só Deus sabe onde estão a queda ou a vitória.
      Jamais brinque com os sentimentos do próximo.
      Não assuma deveres afetivos que você não possa ou não queira sustentar.
      Amor, em sua existência, será aquilo que você fizer dele.
      Você receberá, de retorno, tudo o que der aos outros, segundo a lei que nos rege os destinos.
      Ante os erros do amor, se você nunca errou por emoção, imaginação, intenção ou ação, atire a primeira pedra, conforme recomenda Jesus.
André Luiz - Chico Xavier. Do Livro Sinal Verde.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Bom Relacionamento


Sabe onde está o segredo do bom relacionamento entre as pessoas? Está na afetividade e na alteridade, significando esta última, o respeito.
Respeito pelo espaço dos outros, por suas idéias e sua maneira de ser.
Os grupos humanos que convivem, tais como a familia, os companheiros de trabalho, os colegas de estudos, os vizinhos, os membros de uma comunidade - seja religiosa ou não - dificilmente conseguem vivenciar a fraternidade, a boa vontade e bem-estar íntimo, quando reunidos.
Geralmente não toleramos as pequenas manias ou a maneira de percebermos a vida e todas as coisas, os  nossos gostos e inclinações, nos aborrecemos. Quando aprendemos a ser mais afetivos e alteritários, dando aos outros a liberdade e o respeito que nós mesmos queremos receber, a convivência fica bem mais fácil e agradável.
Saara Nousiainem - Do Livro: Nós e o Mundo Espiritual.