quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Desencarnação
A morte do corpo físico é fenômeno natural que atinge  todos os seres da Criação, cedo ou tarde. A desencarnação acontece quando os laços peripirituais, até então mantidos enraizados, molécula a molécula no corpo físico, se desfazem, concedendo liberdade ao Espírito que passa a viver em outra dimensão da vida.
Segundo o Espiritismo,  a morte é  “[...] uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. [...].1Ensina igualmente:  a separação do Espírito  do corpo que lhe pertencia não é   dolorosa, sobretudo quando das mortes naturais, que decorre dos desgastes biológicos dos órgãos2, como também  não é uma separação  brusca. A “alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo a que se restituiu subitamente a liberdade.[...].”3  Assim,nunca é demais lembrar:
[...] A observação comprova que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente; que se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é também o da libertação, que se verifica logo após; em outros, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito menos rápido, durando algumas vezes dias, semanas e até meses, o que não implica a existência, no corpo, da menor vitalidade, nem a possibilidade de um retorno à vida.  [...].De fato, é racional conceber-se  que, quanto mais o Espírito se tenha  identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela,  ao passo que a atividade intelectual e moral e a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo a vida durante o corpo.[...].4
A falência dos órgãos e o desprendimento perispírito que se segue definem o estado de transição ou depassagem de um plano para outro. Neste momento, o Espírito encontra-se inconsciente5, situação que pode perdurar por um maior ou menor espaço de tempo, da acordo com as condições pessoais de cada um.
 A chegada no plano espiritual, porém,  pode ser sofrida ou não. Trata-se de um sofrimento moral. É a alma que sofre, não o corpo, pois este transforma em matéria inerte, morta, em processo de decomposição. O  sofrimento poderá ser mais agravado se o Espírito se manter jungido ao corpo em decomposição e à vida que se extinguiu.
Situações semelhantes são encontradas em certos gêneros de suicídios, em homicídios; em desencarnantes presos a profundos remorsos, ou, ainda, em Espíritos vinculados aos prazeres da vida material, apegados excessivamente a bens e/ou pessoas. Nestas circunstâncias, a morte é vista como uma perda irreparável, um sofrimento atroz, uma sensação de destruição total, porque ele, o Espírito, desconhece a sua própria imortalidade que existe e preexiste à morte do veículo somático.
 Situação bem diversa acontece com o Espírito que durante a existência se deixou conduzir por uma vida mais simples, sem ganâncias ou ambições exageradas; que procurou desenvolver virtudes, combatendo imperfeições; que praticou a caridade, promovendo o bem; que cumpriu os seus deveres familiares, profissionais e sociais.
 A sua desencarnação será mais amena;  os sofrimentos e as angústias do período de transição serão passageiros e breves;  a adaptação  na nova moradia será tranquila, sabendo administrar com serenidade a saudade dos entes queridos que permanecem reencarnados, e as surpresas do além-túmulo.
 Ajustado à vida no plano espiritual, o Espírito  colherá, então,  os frutos, bons ou amargos,  do que semeou durante a experiência reencarnatória, se submetendo, no final das contas, à lei de progresso. É o que nos lembra André Luiz quando aponta  o valor da desencarnação como lei divina:
Toda morte traz dor.
Sem a desencarnação, porém, não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.
Compreendamos, em face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso Espírito, a fim de que nosso Espírito se mude para o que deve ser, mudando em si e fora de si tudo aquilo que lhe compete mudar.6

Marta Antunes Moura, coordenadora das Comissões Regionais na área da Mediunidade da Federação Espírita Brasileira (FEB), Vice-presidente da FEB.
Bibliografia
1.        DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 1. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2008. 1ª Parte (O Problema do Ser), cap. X (A morte), p.175.
2.        KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.  céu e o inferno. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.4. ed. 1. Imp. Brasília: FEB: 2013. Questão 154-comentário, pág. 113.
3.        ______. Questão 155-a, pág. 113.

4.        ______. Questão 155-a-comentário, p.114.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

PRINCIPIANTE ESPIRITA - Nova Turma







Terá inicio nesta 6ª Feira, 19 de Setembro, nova Turma do Principiante Espírita, com inicio as 19:30 horas, no Centro Espírita Lar de Jesus.
Você é nosso convidado.


Desencarna o ex-presidente da FEB Nestor João Masotti

Desencarnou no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, na tarde do dia 3 de setembro o companheiro Nestor João Masotti.

 Por Antonio Cesar Perri de Carvalho
Foi o 15º presidente da Federação Espírita Brasileira. Nasceu em Pindorama (SP) em 21/6/1937, filho de Damiano Henrique Venâncio Masotti e Eloyda G. Masotti, ambos espíritas.
Graduou-se em Odontologia em Araraquara e exerceu a profissão por menos de um ano em Tupã. Atuou profissionalmente como funcionário público fazendário em Fernandópolis e São Paulo.
Sempre foi muito ativo no Movimento Espírita nas cidades já citadas do mesmo Estado, integrando desde a mocidade espírita até a direção de centro espírita. Atuou em eventos regionais, inter-estaduais e nacional de juventudes espíritas. Foi presidente (1974-1982) e vice-presidente (1982-1986) da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, integrando o Conselho Federativo Nacional da FEB. A convite do presidente Francisco Thiesen, na Sede da FEB, em Brasília, exerceu cargos de diretor (1986-1990) e secretário geral do CFN, vindo depois a assumir a vice-presidência (1990-2001) e a presidência da FEB. Participou ativamente da implantação das Comissões Regionais do CFN da FEB.
Exerceu o 21º. mandato de presidente da FEB: 2001-2013, mas licenciando-se em maio de 2012. No início de sua gestão como presidente procedeu à reforma e atualização da gráfica da FEB, a modernização das capas e formato dos livros. Durante seu mandato: foram realizados dois Congressos Espíritas Brasileiros (2007 e 2010); comemorações do Bicentenário de nascimento de Allan Kardec com emissão de selo comemorativo pelos Correios; Sesquicentenário de O Livro dos Espíritos com emissão de selo comemorativo pelos Correios e o “Projeto Centenário de Chico Xavier” (2010); foram cunhadas medalhas pela Casa da Moeda em homenagem a Chico Xavier (2010); Sesquicentenário de O livro dos médiuns (2011); Centenário da Sede Histórica do Rio (2011). Durante sua gestão, o CFN da FEB aprovou: Atividade de Preparação de Trabalhadores Espíritas (2002), que gerou o curso “Capacitação Administrativa da Casa Espírita”; Campanha “Construamos a Paz Promovendo o Bem!” (2002); “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2007-2012)”; Campanha “O Evangelho no Lar e no Coração” (2008); Orientação aos órgãos de unificação (2009); Regimento Interno do Conselho Federativo Nacional da FEB (2011). A FEB apoiou: a criação do Movimento Nacional Em Defesa da Vida-Brasil sem Aborto; reforma das instalações da Fazenda Modelo e construção do Memorial do C.E. Luís Gonzaga de Pedro Leopoldo (MG); apoio aos filmes “Chico Xavier”, “Nosso Lar” e “E a Vida Continua…” Simultaneamente aos seus encargos junto à FEB, juntamente com os ex-presidentes Francisco Thiesen e Juvanir Borges de Souza trabalhou intensamente pela fundação do Conselho Espírita Internacional, o que se efetivou em 1992.  Exerceu também o cargo de 1º. Secretário e secretário-geral do Conselho Espírita Internacional. Neste último cargo criou a TVCEI, a EDICEI com livros traduzidos para vários idiomas, o Centro Administrativo do CEI em Brasília e promoveu Congressos Mundiais trienais: Cidade da Guatemala (2001), Paris (2004), Cartagena de Índias (2007) e Valencia (2010). Participou de dois eventos na ONU, em New York: o Millennium World Peace Summit  (2000) e da homenagem pelo Centenário de Chico Xavier (2010); atuou em palestras, seminários e vários eventos em vários países das três Américas, Europa e África.
No final de sua gestão efetiva na FEB houve desativação da gráfica e se iniciou as impressões por terceirização. Afastou-se da presidência, para tratamento de saúde, em maio de 2012, e em definitivo em março de 2013.
Ao retornar para Brasília, em agosto de 2013, depois de mais de um ano em tratamento em São Paulo, retornou a algumas reuniões mediúnicas e fez algumas palestras na FEB.  Nestor foi homenageado em vários momentos pelo atual presidente: embora a distância, no CFN de 2012, com coleta de assinaturas em livro e placa de prata; em sua primeira aparição pública após o início do tratamento de saúde na passagem do Museu Espírita de São Paulo para a FEB (abril de 2013), inauguração de sua foto na Galeria dos Ex-Presidentes no Espaço Cultural da FEB (novembro de 2013) e na abertura da Reunião Extraordinária do CFN da FEB – dia 23 de agosto de 2014 -, oportunidade que proferiu a prece de abertura. Esta foi sua última aparição pública e na FEB.
Casado com Maria Euni, tendo filhos Miriam, Mário e Mariane, genro Rubens e nora Sibeli, e netas, todos vinculados a atividades da FEB.
Conhecemos Nestor ainda solteiro bem no início dos anos 1970. Desde então acompanhamos sua trajetória, principalmente durante sua gestão na USE-SP e nos seus encargos na FEB e no CEI. Sempre apreciamos suas propostas doutrinárias, de unificação e de difusão. Coincidentemente nos mudamos para Brasília, por razões profissionais, dois meses antes dele assumir a presidência da FEB e atuamos com ele em ações na FEB e CEI aprendendo a valorizar e respeitar seus esforços e lutas empreendidas pela Causa. Nosso amigo abriu muitos caminhos e contribuiu enormemente para a difusão da mensagem espírita.
CFN-Nestor profere Prece
CFN-Presidente FEB homenageia Nestor